Olá Bereanos, neste post iremos analisar alguns argumentos utilizados por líderes ou cristãos que estão errados e refutá-los com base na palavra de Deus.
“Se começarem a usar barba, não saberão ter modéstia e decência”
Primeiramente, não cabe a nós proibir algo desse tipo pelo seu potencial mal uso. Barba é algo pequeno quando comparado com facas por exemplo, poderia-se proibir de usar facas por medo que alguém mate os outros, mas ninguém proíbe porque todo mundo sabe que matar é errado, e olha que facas, martelos e machados são consideradas armas brancas, porém; não são proibidos.
Porque eu usei esse exemplo? Porque existem coisas mais importantes para se importar, existem coisas mais sérias que não são proibidas embora tenham um potencial mal uso.
Nós lemos:
(Filipenses 1:10) que vocês se certifiquem de quais são as coisas mais importantes, para que sejam sem defeito e não façam outros tropeçar, até o dia de Cristo;
Então devemos nos certificar de quais são as coisas mais importantes. O que é mais importante é o visual, ou o espiritual? Se focarmos numa tradição onde a bíblia não proíbe estaremos fazendo outros tropeçar conforme diz o texto. Nosso espiritual é o mais importante.
Barba é um fator visual, mas mesmo que compararmos com a outro fator visual ainda sim não tem cabimento uma proibição. Por exemplo, não se proíbe a mulher de ter cabelo grande por medo que ela vai ficar descabelada, é mesma coisa com barba, não se proíbe barba por medo que os homens não cuide dela, ou faça um mal uso.
Se um cristão usar mal sua liberdade de usar, está tendo um problema com Deus que deve ser resolvido. Mas como dito, é problema dele com Deus.
Lemos em:
(Gálatas 6:5) Pois cada um levará a sua própria carga.
Esse texto nos ensina que cada tem a sua responsabilidade para com Deus com respeito a suas próprias ações. Isso pode incluir também o que um homem faz com sua aparência física.
“Usar barba é modismo, o cristão não deve se guiar por modismos, e sim pela palavra de Deus”
Primeiramente eu concordo com esse argumento. Usar barba é considerado modismo, porém toda forma de roupa cabelo e aparência é modismo. Ainda que a barba seja modismo, o que há de errado nisso? Nada.
Nós sabemos que, os servos de Deus do passado e os do Cristãos primeiro século usavam barba, o modismo começou em raspar a barba, e não mantê-la, porque é natural ao homem.
Já que o argumento diz que devemos nos guiar pela palavra de Deus. Você vai perceber que:
- Raspar a barba era um costume pagão egipcío;
- Era lei não aparar a barba para não ficar parecendo os pagãos;
- Jesus usava barba;
- Raspar a barba era considerado vergonhoso para o homem;
(Gênesis 41:14) Então Faraó mandou chamar José, e o trouxeram rapidamente da prisão. Ele se barbeou, trocou as suas roupas e se apresentou a Faraó.
(Levítico 19:27) “‘Não raspem o cabelo dos lados da cabeça, nem aparem a barba de forma a desfigurá-la.
(Isaías 50:6) […] E o meu rosto aos que arrancavam a minha barba. [Profecia sobre Jesus no livro de Isaías prova que ele usava barba]
(1 Crônicas 19:4, 5) Então Hanum pegou os servos de Davi, raspou a barba deles e cortou suas roupas pela metade, na altura das nádegas; depois os mandou embora. Quando contaram a Davi o que tinha acontecido com os seus servos, ele imediatamente enviou homens ao encontro deles, porque eles tinham sido muito humilhados. O rei lhes disse: “Fiquem em Jericó e voltem quando as suas barbas tiverem crescido.”
A Bíblia não necessariamente é contra o modismo, porém ela nos incentiva ter modéstia e decencia. Isso significa que qualquer modismo que seja indecente, imodesto, ou imoral deve ser evitado pelo cristão. Porém, ter barba não tem nada a ver com ser indecente imodesto ou imoral.
Lemos:
(Mateus 15:9) É em vão que continuam a me adorar, pois ensinam as regras de homens como doutrinas.’”
Esse negocio de proibir barba e ainda usar textos que não estão de acordo para uma proibição é como ensinar regras de homens como doutrinas.
“Se você usa barba, não está respeitando a consciência dos outros, nós devemos respeitar a consciência dos outros e raspar a barba”
Pois bem; existe um erro nesse argumento. Porque, quem diz que se deve respeitar a consciência dos outros não está respeitando a consciência de quem usa, mas está impondo a sua própria consciência para os outros e isso não é respeitoso.
Eu pessoalmente acredito que isso acontece porque barba é algo visual, e algumas pessoas por assim dizer não atingiram certo nível de maturidade espiritual e, se verem alguém fazendo algo que elas não fariam elas vão considerar errado e vão por assim dizer acabar tropeçando e achando que sua consciência não está sendo respeitada. Então o respeito acaba sendo unilateral.
Porém a consciência de quem se permite o uso de barba também pode tropeçar por ver os outros sem barba. Então a questão é, quem realmente respeita não fica questionando nem desaprovando seu próximo independente se vê escuta algo que se diz ser um assunto de consciência.
Vamos deixar uma coisa clara, sempre que se argumentar que a decisão dum assunto é questão de consciência, não existe exatamente certo e errado, mas sim princípios que nos ajudam a tomar uma decisão e ficar com a consciência limpa perante Deus, e cada cristão tem sua decisão pessoal.
Aplicando isso para o assunto em questão, torna-se audácioso alguém mandar os outros raspar a barba, pois torna o respeito bilateral.
Lemos em:
(1 Coríntios 10:24) Que cada um persista em buscar não a sua própria vantagem, mas a da outra pessoa.
O texto é bem claro, devemos buscar a vantagem dos outros. Aplicando para o assunto em questão, esse texto se aplica a tanto a quem usa barba e tanto pra quem não usa. Quando alguém padroniza ou proíbe barba está buscando sua própria vantagem e não aos dos outros.
Lemos em:
(Filipenses 2:4) buscando não somente os seus próprios interesses, mas também os interesses dos outros.
Se devemos uns buscar os interesses dos outros, então quem não usa deve buscar o interesse de quem usa, e quem usa buscar o interesse de quem não usa, ou seja na verdade o que vai acontecer é o respeito entre opiniões pessoais. O respeito corretamente entendido na bíblia é bilateral, então um não vai impor sua opinião sobre outro.
“Não é o costume local usar barba”
Esse argumento simplesmente não funciona. Porque isso não é exatamente um costume, mas uma preferência pessoal. Mesmo que seja um costume, é um costume pessoal.
Dizer que todo o pais tem esse costume é exagero, sempre vai ter um ou vários que manterão a barba e outros que rasparão.
Também cada um faz o seu costume, os costumes cristãos são feitos com base em preferências pessoais desde que sejam modestos e de acordo com a palavra de Deus.
Não se pode tomar um decisão pelos outros em assuntos pessoais. Tudo bem que a tendência do ser humano é imitar, assim se faz um costume local, mas sempre haverá desvios de costumes o que não necessariamente seja errado. O Cristão não se guia por costumes, mas pela palavra de Deus.
Se nós sempre olharmos o costume, olhar o que as pessoas acham certo, aí sim está correndo o risco de ser indecente ou imoral. Não é o que outros acham certo, mas o que Deus acha certo!
(1 Coríntios 6:12) Tudo me é permitido, mas nem tudo é vantajoso. Tudo me é permitido, mas não me deixarei ser controlado por nada.
Ou seja, tudo é permitido, mas nem tudo vai ser bom ou não usar, e não devemos se deixar ser controlado por nada. Então não devemos ficar se apegando a costumes alegando ser regra bíblica.
“Temos que ser diferente das pessoas que não serve a Deus, por isso raspamos a barba”
Não queremos ficar parecendo pessoas que não serve a Deus com respeito a atitudes erradas, roupas e aparências imorais imodestas e sem decência.
Usar barba não tem nada a ver com ser imoral ou indecente, na verdade esse é um pensamento de muitas pessoas que ainda não conhecem a Deus, porque a pessoa está buscando na aparência algo que só atitudes podem oferecer. É quase o mesmo que dizer que a Barba faz o caráter dum homem; é a mesma coisa que julgar pelas aparências algo que Jesus condenou.
Lemos em:
(João 7:24) Parem de julgar pelas aparências, mas façam um julgamento justo.
Nesse texto aprendemos que não devemos olhar para a aparência e fazer um julgamento a alguém. Se julgarmos o que a pessoa é pela barba não estaremos seguindo o que Jesus falou nesse texto.
Lemos em:
(João 13:35) Por meio disto todos saberão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor entre si.”
Jesus disse que seus discípulos seriam reconhecidos por mostrar AMOR, e não por ter seguir um padrão de beleza.
Entendemos que algumas pessoas tem algum problema com barba. Alguns dizem por exemplo: “cometeu-se um crime bárbaro”, mas a própria expressão é um preconceito contra a barba, porque não são todas as pessoas com barba que cometem crimes.
Outros tem pogonofobia, que é a aversão a barba, mas é uma fobia e necessita ser tratada.
Não é só porque um homem usa barba que automaticamente deve ser preconcebido que ele esta atrelado a certos grupos específicos condenados pela bíblia.
Se alguém raspa a barba significa que é Cristão? Claro que não! Para o homem é biologicamente natural nascer barba, precisamos buscar entender a verdade sobre as coisas.
Lemos em:
(Provérbios 19:2) Não é bom a pessoa não ter conhecimento, E quem age precipitadamente peca.
Esse texto nos ensina que, não é bom ficar sem conhecimento sobre algum assunto, e por causa disso podemos agir precipitadamente e pecar. Como nos casos de julgamento que eu citei.
“Isso não é preconceito, é o medo de fazer alguém tropeçar”
Primeiramente, o que é fazer alguém tropeçar? É basicamente atrapalhar o relacionamento de alguém com Deus por meio de alguma atitude errada, o que pode fazer alguém pecar. Por exemplo se pregarmos para um cristão iniciante que devemos ser orgulhosos, isso vai estar fazendo ele tropeçar, porque vai atrapalhar a relação dele com Deus e com outras pessoas.
Porém, no caso em questão, alguém só tropeça por causa de barba porque tem preconceito ou porque aprendeu a ver como vê.
E se um cristão que tem esse costume vem para onde estamos, vamos tropeçar por causa dele? Será que estaríamos tendo amor a inteira fraternidade mencionada 1 Pedro 2:17?
Não tem lógica por exemplo eu não criticar um cristão estrangeiro que usa barba alegando que é costume, mas criticar meu irmão nacional que usa. Então se eu não posso julgar um Cristão estrangeiro por usar barba quanto mais meu irmão que convive comigo que use barba.
Julgar alguém por causa de barba pode ser visto como preconceituoso sim; cuidado, o preconceito pode ser transformar em ódio. Se nos concentramos demais nas diferenças que existem entre nós e nas outras pessoas, podemos acabar pensando que essas diferenças são defeitos. Não podemos associar sempre bonito com correto e feio com errado, porque uma coisa nem sempre tem relação com a outra, pois todos tem seu senso de bonito e feio, então viraria bagunça sobre o que seria certo e errado.
Lemos em:
(Salmo 119:165) Os que amam a tua lei têm grande paz; Nada pode fazê-los tropeçar.
Quando nos apegamos a palavra de Deus, nós não tropeçamos porque sabemos o que é certo e o que é errado. Quando estamos em alguma situação, escolhemos apenas não imitar o proceder errado, mas sim, imitar o correto e assim não tropeçamos. É a mesma coisa com barba, se alguém acha errado não vai tropeçar e muitos menos imitar. Então isso não vai atrapalhar o relacionamento da pessoa com Deus.
Outro subponto é que alguns usam o texto de Romanos para defender o não uso de barba.
Lemos:
(Romanos 14:21) “É melhor não comer carne, nem beber vinho, nem fazer nada que leve o seu irmão a tropeçar.”
Esse princípio diz que não é bom fazer nada que leve seu irmão a tropeçar. A pessoa só tropeça porque aprendeu a ver como vê.
Porém eu concordo que esse princípio é coerente pra defender o não uso, mas alguém poderia tropeçar por outro não usar barba, que já gera uma outra linha de pensamento que também é coerente. Então um tropeça pela proibição e outro tropeça pelo uso. Se fosse pregado o respeito não haveria motivo para tropeço.
Mas refutando com texto lemos em:
(Romanos 14:3) “Quem come não menospreze aquele que não come, e quem não come não julgue aquele que come, pois Deus o acolheu.”
Quem usa não menospreze aquele que não usa, e quem não usa, não julge aquele que usa. Esse texto nos ensina que o respeito deve ser bilateral. Deveríamos pregar o respeito nas igrejas, e não um só ponto de vista, isso evitaria fazer muitos tropeçarem.
Outro subponto está em:
(Marcos 6:3) Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não estão as suas irmãs aqui conosco?” Assim, começaram a tropeçar por causa dele.
As pessoas tropeçaram nesse texto por saberem quem eram os pais e irmãos de Jesus, mas Jesus não tinha feito nada para tropeçarem.
Então esse texto nos ensina que mesmo não fazendo nada, ou fazendo o certo ou o errado vamos fazer alguém tropeçar!
“Devemos ser unidos na maneira de pensar”
(1 Coríntios 1:10) […] mas que estejam completamente unidos na mesma mente e na mesma maneira de pensar.
Sim, concordo que devemos ser unidos na maneira de pensar, porém veja o que encontramos no livro de Filipenses:
Lemos:
(Filipenses 4:2) Exorto […] a terem a mesma mentalidade no Senhor.
Isto significa que estarem unidos no que se refere as coisas espirituais importantes — não nos gostos individuais ou em questões menores que se resolvem quando se atinge a madureza.
Conforme a bíblia, vimos que devemos pregar o respeito nas igrejas com respeito a esse assunto e em todos os assunto pessoais. Conforme a bíblia o respeito deve ser bilateral e não unilateral.
Então se formos unidos na mesma mentalidade, certamente teremos que pregar o respeito entre opiniões pessoais do qual a bíblia não diz que é pecado. Pelo contrário não teremos coerência em dizer estarmos unidos pois sempre haverá diferenças de opiniões.
O que podemos resumir com esse post
- Todos os princípios que se aplicam o não uso também se aplicam ao uso.
- Não estou dizendo que todos devem usar barba, estou dizendo que não há base bíblica para proibir e que todos tem seu próprio direito de escolher se usa ou não, pois não há pecado e ninguém deve ensinar isso como crença.
- Temos o direito de achar alguém feio, mas não podemos discriminar nem interferir nos assuntos pessoais dos outros e desqualificar como um cristão por conta do gosto pessoal.
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