Olá Bereanos, neste post eu gostaria de fazer uma crítica com respeito ao que é realmente ser uma pessoa boa. Nós sabemos que na Bíblia fica claro que devemos fazer o bem a todos, mas neste vídeo eu vou tratar sobre momentos em que devemos praticar o bem mas também devemos ser sábios, e entender que nem sempre praticar o bem envolve ser agradável com os outros.
Hoje nós vivemos em tempos difíceis, os bons valores estão se perdendo, 2 Timóteo 3:3 fala que nos fim dos tempos as pessoas perderiam o amor ao que é bom, em Mateus 24:12 Jesus disse que o amor da maioria se esfriaria. Então hoje, um “me desculpe” é sinal de fraqueza, por ser honesto alguém é visto como trouxa, existem lugares onde é como se estivéssemos em um ambiente de guerra onde temos que matar para não morrer, afinal como alguns dizem “o mundo é dos espertos”, alguns até te querem bem, mas não melhor do que eles. Então em um mundo onde os valores estão invertidos torna desafiador ser uma pessoa boa, porque ser uma pessoa boa é nadar contra a maré.
O título do vídeo é “não seja bonzinho”, mas como assim? Os bonzinhos, ou como alguns apelidam, os trouxas, são aqueles que fazem atos bondosos com os outros mas são ingênuos e injustos consigo mesmo, eles fazem algo bom para os outros mesmo que aquilo o prejudique. São aquelas pessoas que procuram por aprovação e querem agradar os outros; valorizam as pessoas erradas e se lascam por causa disso. Todo bonzinho é injusto consigo mesmo, e isso é um problema porque o amor não se alegra com a injustiça, nós lemos isso em:
(1 Coríntios 13:4, 6) O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento. Não se gaba, não é orgulhoso, 6 Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Como ser bonzinho é ser injusto consigo mesmo, se a pessoa se alegra com sua situação injusta, ela está se alegrando com a injustiça, por isso que é bem provável que os bonzinhos tem uma baixa autoestima, que é a falta de amor a si próprio, por isso se alegra com sua injustiça, porque não tem autoestima, amor próprio. E como Jesus mandou nós amarmos nosso próximo como a nós mesmos, um bonzinho não vai conseguir fazer isso com eficiência se tiver uma baixa autoestima. A melhor maneira de cuidar dos outros é sabendo primeiro cuidar de si mesmo, daí podemos fazer o que Jesus ordenou amar o próximo como a si mesmo de forma eficiente. E como nós sabemos, toda injustiça é errada, então embora alguém talvez pareça estar fazendo algo bom, está apoiando uma situação injusta e se prejudicando, como a injustiça é errada, ser bonzinho nesse sentido é pecado, pois todo bonzinho aceita as situações injustas perante si pecando contra si mesmo e muito provavelmente irá aceitar fazer injustiças com os outros, então nesse sentido ser bom não é o correto.
O verdadeiro cristão preza pelas coisas justas, veja o que diz:
(Filipenses 4:8) Por fim, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo que é de séria preocupação, tudo que é justo, tudo que é casto, tudo que é amável, tudo de que se fala bem, tudo que é virtuoso e tudo que é digno de louvor, continuem a considerar essas coisas.
Aqui, está falando para admirarmos e gostarmos de coisas que são boas, e a justiça é uma dessas coisas. Quando admiramos boas atitudes, ficamos mais propenso a praticá-las. O cristão verdadeiro vai amar a justiça, e praticando a justiça com si mesmo terá uma boa autoestima.
Esse assunto é um pouco mais complicado do que parece, porque envolve psicologia. De um lado temos o indivíduo que se permite ser explorado, e do outro temos indivíduos má intencionados. Por que o bonzinho se deixa ser explorado? E porque alguns indivíduos se aproveitam do bonzinho? É interessante o que diz:
(Colossenses 2:8) Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;
Aqui o apóstolo Paulo estava alertando os irmãos em colossenses à não serem escravizados com filosofias ou sutilezas que as pessoas colocam nas outras, umas das utilidades usadas naquele tempo era a filosofia e tradições que eles usavam para controlar os outros, Paulo alertou para não deixar outros fazerem a cabeça deles com coisas falsas que não se baseavam no cristianismo. É interessante que a palavra usada para enredar é συλαγωγέω sylagōgéō (soo-lag-ogue-eh’-o), que pode significar: levar a recompensa levar alguém como cativo (e escravo), desviar da verdade e sujeitá-lo ao poder de alguém.
E é praticamente isso que acontece com bonzinhos, por essa busca por aprovação acabam fazendo coisas que não deveriam para agradar os outros, e às vezes esses indivíduos má intencionados e oportunistas com suas sutilezas e desejos a serem realizados controlam o bonzinho, que precisa de aprovação, para fazer as suas vontades a fim de serem beneficiados e supostamente dar ao bonzinho a aprovação que procuram, ou dão somente o necessário para manterem o bonzinho em seu controle a fim de fazê-los a buscar mais em troca aprovação.
Por isso, não devemos viver querendo agradar todo mundo, até porque ser cristão não significa ser uma pessoa super boa que agrada a todos. Nós podemos ler isso em:
(Gálatas 1:10) 10 Acaso estou tentando conquistar a aprovação das pessoas? Ou será que procuro a aprovação de Deus? Se meu objetivo fosse agradar as pessoas, não seria servo de Cristo.
Podemos seguir o exemplo do apóstolo Paulo, ele sempre procurava a aprovação de Deus e não de homens. Então não devemos ficar buscando agradar sempre as pessoas porque as pessoas não são nosso amo, mas Deus é, e se querermos agradar as pessoas sempre vamos acabar pecando contra quem realmente deveríamos agradar, afinal a moral deste mundo e a verdade dele é subjetiva e muda em meio as circunstâncias, e em tempos, já a de Deus não, por isso buscar agradar as pessoas inclui fazer tanto coisas certas como coisas erradas porque cada um tem o seu padrão de certo e errado. E por mais legal que sejamos não vamos agradar a todos, isso é impossível. Quando se é bonzinho também se é manipulável, o cristão não deve ser manipulável. Ser uma pessoa boa também significa se opor ou tomar atitudes para com que está errado, por isso não significa agradar a todo mundo. Também devemos lembrar que Deus não vai abençoar atos bondosos feitos injustamente, porque uma atitude de fato não é boa se foi injusta, leiamos:
(Provérbios 16:2) O homem pensa que todos os seus caminhos são certos, Mas Jeová examina as motivações.
Então não adianta fazer coisas boas sendo injusto, Deus analisa nossas motivações e vai saber se estamos sendo realmente corretos independente se somos agradáveis, ser correto nem sempre significa ser agradável.
É interessante como alguns indivíduos vão pedir coisas ou cutucar o bonzinho justamente porque sabe que eles cedem, é mais ou menos como diz o texto de Provérbios, leiamos:
(Provérbios 19:6, 7) 6 Ao generoso, muitos o adulam, e todos são amigos do que dá presentes.7 Se os irmãos do pobre o aborrecem, quanto mais se afastarão dele os seus amigos! Corre após eles com súplicas, mas não os alcança.
Basicamente a mensagem do texto é que alguns indivíduos gostam de se beneficiar dos outros mas não querem beneficiar os outros. Ao generoso muitos o adulam porque eles são beneficiados por eles, por isso mesmo que façam algo desagradável eles são desculpados. Se for uma pessoa pobre muitas vezes a própria família o odeia e os amigos se afastam, porque vão ter que doar de si para ajudar o pobre, e no orgulho as pessoas não querem, mas querem alguém que os beneficie mas não querem beneficiar os outros.
Alguns indivíduos gostam dos benefícios que esses amigos ou indivíduos dão e não necessariamente do indivíduo que dá em si. Existem de fato indivíduos que tendem a gostar de pessoas boazinhas que gostam de fazer favor para os outros porque eles se beneficiam, alguns acham que os bonzinhos são garçons, e que devem fazer a sua vontade. Quando se é bonzinho se acaba atraindo esse tipo de pessoa, é por isso que dizem que os opostos se atraem, nesse sentido do texto faz sentido, um gosta de praticar o dar e o outro gosta de se aproveitar do benefício do dar.
E para corrigir esse problema de ser bonzinho pode ser bem complicado. Por que? Porque às vezes para fazer o que a Bíblia ensina temos que reprogramar a nossa mente, daí procurar uma ajuda psicológica pode ser bem útil para esse fim, exige tempo para a demanda. Existem muitas coisas que a Bíblia fala para nós fazermos mas não conseguimos porque não estamos condicionados mentalmente para este fim. Por exemplo, viver um dia de cada vez, fazer as pazes, deixar os vícios, não se vingar, não ser hipócrita ou ignorante, e etc.; para fazer todas essas coisas às vezes necessita-se de autoconhecimento pois a pessoa está programada inversamente então por mais que queira, que leia, ou seja aconselhada ela não vai mudar sua mente para fazer aquilo. Existem áreas da nossa mente em que não temos acesso fácil para fazer modificações e as circunstâncias da vida talvez nos deixe propensos a ser como somos. Mas temos que lembrar que o poder da palavra de Deus é único, leiamos:
(Hebreus 4:12) Porque a palavra de Deus é viva e exerce poder, e é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, e penetra a ponto de fazer divisão entre a alma e o espírito, e entre as juntas e a medula, e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração.
Então nós temos a capacidade de fazer mudanças porque a palavra de Deus possui um efeito grande ser humano. O texto diz que é capaz de dividir entre a alma e o espírito, estes são dois conceitos difíceis de explicar na Bíblia, mas basicamente, as escrituras inspiradas são capazes de mexer com a nossa essência, mudar o nosso eu.
Outra dificuldade é que quando você é bonzinho você acredita que já está fazendo o bem e que não deve mudar, isso torna difícil identificar situações em que você deveria ter equilíbrio e não agir como bobo. Devemos entender quais atitudes de fato deve mudar, e não confundir bondade com ser correto, como já explicamos são coisas diferentes e que nem sempre possuem relação.
Também alguns talvez não vão entender essa nova atitude de respeito e amor a si próprio, porque por um longo tempo a pessoa não se respeitou e foi injusto consigo mesmo, então vão achar que quando fizer uma mudança com respeito a isso é porque está se tornando uma pessoa ruim por não estar beneficiando os outros como por exemplo negar algo que a deixa desconfortável. E é muito interessante como se aplica o texto de Eclesiastes 8:14 que diz:
(Eclesiastes 8:14) Há algo vão que acontece na terra: há justos que são tratados como se tivessem praticado o mal, e há maus que são tratados como se tivessem praticado a justiça. Eu digo que isso também é vaidade.
Ou seja, só pelo fato de si respeitar e amar a si mesmo – algo totalmente saudável, o bonzinho será tratado como alguém egoísta ou que praticou a maldade, será tratado como uma pessoa ruim, por simplesmente dizer não a algum favor que te prejudique ou que se sinta desconfortável. E aqueles que realmente estavam tentando se aproveitar são tratados como se tivesse praticado a justiça, como pessoas boas quando na verdade estavam praticando a maldade com a mente cauterizada. Percebe que quando se é algo em excesso, no momento em que mudar pode causar um impacto nas pessoas, “fulano era uma coisa, mas comigo ele foi outra”, então quando você se acostuma agir de um jeito quando você mudar vai causar algum tipo de impacto e nem todos vão lidar com isso de maneira positiva, então algo que todo mundo faz, a quando o bonzinho faz “o meus deus que feio que pessoa ruim”, ou seja, isso talvez possa irritar certos indivíduos, não porque o bonzinho fez algo errado, mas porque perderam o controle que tinham sobre tal, porque o bonzinho não fez o que algum indivíduo queria. Bom; esses são alguns desafios que podem acontecer nesse processo de amadurecimento.
O valorizar a si mesmo é importante, e não significa ser uma pessoa ruim ou egoísta, tem mais à ver com si respeitar e ter autoestima, é diferente de ser uma pessoa ruim.
Por outro lado, veja o que Jesus ensinou em:
(João 13:14-16) Portanto, se eu, o Senhor e Instrutor, lavei os seus pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. 15 Pois estabeleci o modelo para vocês, a fim de que, assim como eu lhes fiz, vocês também façam. 16 Digo-lhes com toda a certeza: O escravo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.
Nesse texto, Jesus ensinou uma lição de humildade. No tempo de Jesus, quando as pessoas chegavam a casa lavavam os pés, porque muitos andavam descalços ou de sandálias. Na casa dos convidados, a pessoa de posição mais baixa na casa lavava os pés dos convidados. Normalmente, lavar os pés era o trabalho dos escravos ou das mulheres. Ninguém queria lavar os pés dos outros, porque o pé era a parte mais suja do corpo, mas Jesus lavou o pé de seus discípulos ensinando-lhes uma lição de humildade. Ser líder na Bíblia não é tratar os outros como inferiores, o cristão lidera pelo exemplo. Basicamente a lição é ser humildes e servir os outros. O exemplo de Jesus também deixou claro que devemos servir aos outros mesmo em situações que exigem mais de nós e que não sejam favoráveis mas que seja necessário.
Claro que devemos seguir o exemplo de Jesus, porém sem ser trouxa, não devemos fazer nada injusto que vá nos prejudicar com respeito a nossa segurança, saúde, reputação e sanidade mental para ajudar pessoas que muitas vezes não merecem ou são hipócritas e oportunistas. Alguns sacrifícios para ajudar o próximo às vezes podem ser necessários, afinal em João 15:13 diz que “Não existe amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos.”, mas precisa valer mesmo a pena, se não nós nos prejudicamos sem necessidade quando na realidade nem vai valer a pena e estaremos sendo injusto se nos arriscarmos para fazer algo, aí é onde entra o trouxa. Mas também não é porque alguém faz um sacrifício que a pessoa é trouxa, porque se for assim, Jesus foi bobo de ter entregado a própria vida por pessoas que nem se importavam com ele, Sansão foi bobo de ter derrubado os pilares em cima dele mesmo só para matar os filisteus, Abraão teria sido feito de bobo por Deus quando Ele ordenou que matasse seu filho. Em Marcos 8:36 diz:Do que adianta ganhar o mundo e perder a vida?Então existem atitudes que possuem proveito outras não, cabe a cada um de nós analisar, às vezes em ocasiões pontuais onde é necessário fazer sacrifícios para um bem maior.
Infelizmente, muitos que se dizem cristãos se aproveitam dos outros ou se alegram com a injustiça. É bonito servir? Com certeza! Mas hoje alguns indivíduos em vez de imitar o exemplo querem alguém para dar o exemplo, em vez de servir querem ser servidos e elogiar os outros pelo que fazem, mas os mesmos não fazem, não querem ser a moral, querem criticar com ignorância sem fazer melhor, querem impor certas regras a outros sendo que elas mesmas não seguem estas regras, isso é chamado de hipocrisia, é uma atitude que Jesus abominou. Nós lemos em:
(Mateus 23:1-4) Jesus disse então às multidões e aos seus discípulos: 2 “Os escribas e os fariseus se sentaram no lugar de Moisés. 3 Portanto, façam e cumpram tudo o que eles dizem a vocês, mas não ajam como eles, pois falam, mas não praticam o que dizem. 4 Amarram cargas pesadas e as põem nos ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos nem a movê-las com o dedo.
Nesse texto, Jesus estava falando dos fariseus, os mestres da lei, eles criavam regras próprias e ensinavam essas regras para as pessoas, mas eles mesmo não praticavam o que eles ensinavam nem ajudavam as pessoas a praticar o que eles ensinavam, eles usavam isso para controlar as pessoas, eles se inebriavam com o poder de ensinar alguém a fazer o que eles queriam.
É a mesma coisa quando alguém critica outros sobre o que eles não deveriam fazer sendo que o próprio crítico faz a mesma coisa, ou então inventa regras para alguém mas não segue as regras, falam assim “ah mas você é cristão, você tem que fazer tal coisa”, sendo que ela mesma não faz, daí usam essas regras para controlar o outro e fazê-los de trouxa. Daí surgem algumas perguntas: Se é tão certo o que outros deveriam fazer porque que quem critica não faz? Por que mandar outros fazerem algo que você não faz? Porque quando alguém não faz ou não concorda e manda outros fazerem é possível que esteja com segundas intenções ou esteja querendo controlar os outros, se alguém te fala para ser bonzinho, mas não é, tem alguma coisa errada, se fala para fazer o certo e não faz, tem caroço nesse angu. Existem algumas perguntas para nós fazermos a nós mesmos para nos tornarmos mais coerentes: O quanto eu faço aquilo que exijo dos outros? Será que algo é errado só quando os outros fazem e não quando sou eu que faço? Será que quero fazer igual aos outros mesmo dizendo que o que fazem é errado? Porque no quesito caráter quando exigimos algo dos outros que não fazemos estamos sendo no mínimo incoerentes, para não dizer hipócritas.
É como diz:
(Mateus 7:4, 5) Ou, como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma trave no seu próprio olho? 5 Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho e depois verá claramente como tirar o cisco do olho do seu irmão.
Esse texto nos ensina que primeiro devemos ser o exemplo depois tentamos corrigir o outro. Como vamos corrigir o outro se temos o mesmo problema ou até maior? O texto fala que o irmão tinha um cisco, já o que estava tentando corrigir tinha uma trave, ou seja, o problema dele era bem maior e ele tentando corrigir o outro em algo pequeno. Então não seja como os antigos fariseus, seja o exemplo, depois você critique o outro. E quando eu falo de ser o exemplo eu não estou falando de dar o exemplo, estou falando de ser o exemplo, pois quando apenas damos o exemplo, isso geralmente é apenas momentâneo, mas quando somos o exemplo nós praticamos aquilo da qual estamos dizendo e temos coerência para ensinar ou criticar.
A Bíblia incentiva em Gálatas 6:2 à levarmos os fardos uns dos outros, porém em Gálatas 6:4 fala que cada um vai se alegrar com respeito a si mesmo e não em comparação com a outra pessoa, então levar os fardos uns dos outros é responsabilidade de todos, isso é confirmado em Gálatas 6:5 que diz que cada um levará a sua própria carga. Às vezes nós nos responsabilizamos pelas nossas responsabilidades e por responsabilidades que não são nossas e a Bíblia não diz para fazermos isso. Nós devemos ajudar e não ser um peso, quando se tem bonzinhos eles ajudam os outros e ninguém ajuda eles. Por isso, quando algo é responsabilidade de todos, todos devem cumprir sua responsabilidade. Se empurramos nossa responsabilidade para os outros não estaremos sendo responsáveis perante Deus, ou se aceitamos a responsabilidade de outros sem justificação estaremos sendo injustos com nós mesmos. Em algumas ocasiões, deixar de fazer algo que não é somente nossa responsabilidade pode ser didático e dar a chance para outras pessoas também cumprirem suas responsabilidades e não apenas nós, isso vale tanto responsabilidades cotidianas como espirituais, porém é importante sempre fazer a nossa parte.
Temos que equilibrar os princípios da Bíblia se não vamos praticar uma coisa quando Deus nos manda praticar outra, para cada situação existe um princípio que melhor se encaixa, leiamos:
(Eclesiastes 8:6) Para tudo há um tempo e uma maneira de agir, porque as dificuldades da humanidade são muitas.
Então não podemos agir da mesma maneira sempre, não podemos praticar atitudes boas em tudo, para tudo tem um tempo e uma maneira de agir, pode parecer estranho mas é verdade, não podemos fazer o bem cegamente, até porque se faz cegamente não é mais o bem, para fazer o bem de fato sempre precisamos escolher nossas ações, pois uma atitude considerada boa nem sempre vai ser apropriada se for usada no tempo errado, e consequentemente não vai ser boa de fato, nem correta, o próprio textodiz que as dificuldades da humanidade são muitas, se saímos aplicando o princípio de fazer o bem em tudo, vamos acabar praticando injustiças e até calejar a mente das pessoas em fazer o mau. Ou seja, a pessoa faz o mau e ainda leva uma recompensa, isso tira a chance das pessoas de se converterem porque se alimenta o mal, daí tem até um texto que fala que por não se executar logo a sentença contra o mal eles se enchem de vontade para praticá-lo, é isso, alimentar, ser favorável à esse mal é pior ainda, e exatamente isso que o bonzinho acaba fazendo, ele alimenta o mal porque age sempre da mesma forma e não dá tempo para agir de forma diferente sábia e correta.
Fazer o bem é como o tato. O tato é a sensação de tocar. A dor seria o excesso do tato. A dor é ruim? É! Mas Deus permite que sintamos dor justamente para aprendermos o que é certo e o que é errado e para entendermos onde é nosso limite e o que pode acontecer se passarmos dele. Então assim como tato exagerado causa dor, o bem em excesso pode ser prejudicial. Então devemos ter equilíbrio, leiamos:
(Eclesiastes 7:16) Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?
Esse conselho talvez possa parecer estranho, afinal não é bom ser muito justo ou muito sábio? O ponto neste versículo é o exagero, devemos buscar o equilíbrio, pois se por exemplo formos muito justos podemos acertar de um lado e errar do outro, porque não estaremos sendo misericordiosos nem perdoadores. Se formos bonzinhos acertamos de um lado e pecamos do outro, porque estaremos sendo justos ou bons aos nossos próprios olhos e como nós somos pecadores não sabemos o que realmente é justo e bom, nós estamos contaminados com o pecado, daí quando precisarmos agir de modo firme por exemplo, não vamos conseguir, porque queremos ser o tempo todo bom no sentido de ser agradável. Já ouviu dizer que o bonzinho só se ferra? É por isso, o excesso de bondade como diz o texto “destruirias a ti mesmo”, ou seja traz ruína para pessoa. E lembre-se que nem sempre ser agradável, quer dizer ser correto, quando nos tornamos excessivamente bom confundimos ser bom com ser agradável, são duas coisas diferentes.
O próprio termo “bonzinho” já traz um ar de excesso, ou de fraqueza, e isso não é ser bom de fato. Todo excesso é um desequilíbrio e isso não é apenas com o ser bonzinho, é com todo excesso em nossa personalidade. Se você é todo justo você não é misericordioso nem perdoador, se você é todo misericordioso você não é justo, se você é todo “bom”, ou seja, agradável você não é justo, e assim por diante, todo excesso causa desequilíbrio e nos faz agir inapropriadamente em momentos que exigem certa maneira de agir. E todos nós somos desequilibrados perante Deus, ninguém escapou do pecado, por isso que Jesus em Marcos 10:18 diz que só Deus é bom.
É possível que aquele que se acha extremamente sábio ou justo vá entrar em arrogância e vai causar problemas para si porque o indivíduo está bancando o bom, bancando o sábio ou o justo, isso se chama de auto santidade, é querer ter uma imagem boa sempre, é ser bom aos próprios olhos quando na verdade isso não é possível nem se agradássemos a todos. E não temos a capacidade de ser justo de forma equilibrada assim como Deus deseja, nós somos pecadores, por isso temos que buscar o equilíbrio na medida que conseguimos, daí estaremos nos aproximando realmente de ser bons. O bom é aquele perfeito, ninguém é perfeito, as vezes nós buscamos tanto acertar que acabamos por ser desequilibrados.
Também precisamos entender que não é sábio sair praticando o bem cegamente e em excesso, pois seremos desvalorizados pelos outros. Leiamos:
(Provérbios 13:11) Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento.
Naturalmente, não se valoriza aquilo que se recebe facilmente, por isso que quando se é excessivamente bom o indivíduo acaba perdendo seu valor. Eu não estou dizendo que é errado praticar a bondade com qualquer um, afinal existem vários princípios bíblicos que apoiam isso, mas nenhum desses princípios apoia ser injusto consigo mesmo. O ponto é você ajudar as pessoas sem ser injusto com você, é você equilibrar os princípios.
Jesus aplicava esse versículo de Eclesiastes 7:16 e 8:6 muito bem, ele não era alguém demasiado e sabia como agir em cada momento, vejamos agora alguns exemplos, leiamos:
(Mateus 16:23) 23 Jesus virou-se e disse a Pedro: “Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens”.
Isso foi um insulto para Pedro, isso é coisa de pessoa boazinha? Com certeza não, ele foi duro, ele praticamente xingou Pedro de Satanás, e isso é muito pesado, esse versículo nos ensina que nós também precisamos ser duros quando é necessário sermos duros, ele não ficou com medo da magoar Pedro, assim como nós as vezes não devemos ter medo de magoar os outros. Agora veja o que Jesus falou para os fariseus:
(Mateus 3:7) ⁷ E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?
Aqui ele xingou os fariseus de víboras, isso é uma referência a serpente do jardim do Éden que foi usada pelo Diabo, ou seja, ele estava xingando os fariseus de filhos do Diabo. Agora eu pergunto, isso é coisa de gente boazinha? Não! Ele xingou do que eles realmente eram quando achou necessário, não ficou com medinho de gente hipócrita. Vejamos outro exemplo:
(Mateus 21:12) ¹² E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas;
Bom eu pergunto de novo, você acha que se ele fosse bonzinho ele faria isso? Derrubaria as mesas dos vendedores, os expulsaria do templo? Isso exige coragem, atitude, algo que como cristãos devemos ter para com o que é errado, não podemos ser liberais, às vezes temos que tomar atitudes muito desagradáveis mas que são inegavelmente corretas. Agora só mais um exemplo de Jesus, leiamos:
(Lucas 22:36) Então ele lhes disse: “Mas agora, quem tiver bolsa de dinheiro, leve-a consigo, e também uma bolsa de provisões; e quem não tiver espada, venda a sua capa e compre uma.
Aqui Jesus disse para comprar espadas porque a situação deles mudaria dali pra frente. Alguns dizem que não é literal, mas sabemos que foi literal porque mais tarde Pedro em João 18:10 corta a orelha de Malco, ou seja, Pedro andava com uma espada. Claro que ele usou a espada de forma errada, porque ele não estava se defendendo mas atacando, porém Jesus era à favor da autodefesa, algo que um cristão bonzinho talvez se recuse a fazer por ser bom demais, quer tanto ser agradável que não é capaz de se defender pela sua auto santidade. Ser cristão não é ser um cordeirinho indefeso, você deve se defender, Jesus deixou claro nesse texto.
Mas claro que o que é frisado nos evangelhos era a sua bondade, algo que também devemos imitar, a Bíblia também fala que Jesus chorou, se comoveu, teve pena, mas o que eu quis mostrar com esses textos é que Jesus era equilibrado, ele não era uma pessoa excessiva, e muito menos não era nenhum bonzinho embora fizesse realmente coisas muito boas ele sabia como agir em cada momento, ele não ensinava as pessoas a serem um cordeirinho indefeso. E tem religião e pessoas que ensinam isso, acha que Jesus nunca inconscientemente pisou em uma formiga. Se você quiser pregar um Jesus bonzinho você terá que ignorar essas passagens ou reinterpretá-las, e a chance de se criar heresias é iminente. Jesus não era bonzinho, ele era equilibrado.
A Bíblia em Efésios 5:15, 16 nos incentiva a viver como sábios e não como tolos, o versículo 16 termina dizendo que os dias são maus e realmente, nós vivemos num mundo onde as pessoas são egoístas e vivem querendo ter vantagem sobre as outras, praticar a bondade em um mundo mau é nadar contra a maré, mas não podemos ser trouxas e se permitir ser explorado, devemos andar como sábios.
E para fechar com chave de ouro, leiamos:
(Gálatas 6:9) Assim, não desistamos de fazer o que é bom, pois colheremos no tempo devido, se não desanimarmos.
Então, não desistamos de fazer o bem, pois no futuro vamos colher, todo o bem que fizermos irá voltar para nós de alguma forma como benção de Deus. Se alguém disser que seguir a religião cristã é ser trouxa, essa pessoa não entendeu bem o cristianismo, por isso eu reforço dizer que devemos estudar a Bíblia para entendê-la melhor. Jesus disse em Lucas 9:23 que quem quisesse seguir ele teria que apanhar a sua própria cruz (ou estaca) staurós em grego e segui-lo, devemos seguir a Jesus com nossos problemas, e de todo coração a ponto de morrermos por isso, com nosso staurós, então nós temos que entender que ser cristão não é viver sorrindo, não é viver de aparência, que não pode sentir raiva, a própria Bíblia diz em Efésios 4:26 “Fiquem furiosos, mas não pequem!”, só porque servimos à Deus não quer dizer que não ficaremos tristes porque “Deus está com você” isso daí é utopia, a realidade não é assim como eu já mostrei, nós somos seres humanos, todos nós sentimos alegria, tristeza, ansiedade, alguns tem fases emocionais, traumas, transtornos, então o cristianismo é para os fortes, é você se submeter a vontade de Deus, é nadar contra a maré, até porque é muito mais fácil fazer a nossa vontade, ou a vontade dos outros, fazer as coisas erradas, ser uma pessoa ruim, por isso quem faz o bem são as pessoas mais fortes, são pessoas que se controlam, são as pessoas que buscam equilíbrio, sejamos fortes!
Mas vamos ponderar, não estou dizendo que é fácil fazer tudo o que eu falei aqui, vou ser sincero, eu não consigo, eu dependo do sangue do cordeiro, e eu tenho que melhorar nesse aspecto, mas enquanto eu não desistir o Diabo não pode dizer que me venceu. Eu não achei nenhum conteúdo na internet bom com respeito a esse assunto, então eu tentei entregar o ouro aqui, espero ter ajudado.
Eaí? Falei alguma besteira? O que você acha sobre o assunto? Deixa nos comentários alguma situação que você já passou que eu quero ler.
https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1964400
https://manualdohomemmoderno.com.br/desenvolvimento/diferencas-entre-ser-bom-ou-um-trouxa
https://search.nepebrasil.org/interlinear/?livro=51&chapter=2&verse=8#strongG4812
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