Olá Bereanos, neste post, exploraremos as raízes da ignorância e da má interpretação, abordando como a ignorância contribui para a maldade.
A filósofa Lúcia Helena também diz que a sociedade progrediu NA tecnologia, mas será que o homem progrediu COM a tecnologia? Ela argumenta que, por trás de todas as questões globais reside um indivíduo que carece de maturidade, humanismo e valores éticos. De fato, é válido destacar que o avanço tecnológico, médico e científico não implica necessariamente em um aprimoramento intrínseco do indivíduo, nem em um progresso de caráter, pensamento ou espiritualidade. Tais avanços caracterizam-se essencialmente como um progresso no conhecimento material, focado na ampliação do entendimento científico e tecnológico.
Ela também argumenta que a sociedade carece da habilidade de ganhar coletivamente; de acordo com a filósofa, para a sociedade alcançar verdadeiros ganhos, cada indivíduo deve buscar seus próprios ganhos isoladamente. Portanto, em uma competição envolvendo 100 participantes, é necessário que 99 experimentem a derrota e apenas um alcance a vitória, não havendo espaço para a totalidade ou mesmo para uma proporção significativa de vencedores.
Então a sociedade não se ganha COM, mas ganha SOBRE. Assim, constata-se que a sociedade não se caracteriza por ganhar por meio de colaboração, mas sim por prevalecer sobre as circunstâncias. Portanto, o sucesso se ergue sobre as falhas dos outros; é como se fosse imprescindível a existência de indivíduos derrotados para que alguém possa se considerar vitorioso. Ela argumenta que é precisamente por essa dinâmica que a sociedade não se caracteriza pela fraternidade, solidariedade e humanismo. A crença de que o sucesso depende da derrota alheia pode levar à prática da trapaça, ao egoísmo e ao desejo de sobrepujar o próximo apenas para obter uma sensação de vitória, quando, na realidade, tal atitude não é necessária, uma vez que é possível alcançar o sucesso de forma colaborativa.
Indivíduos dotados de um padrão de pensamento similar podem ter sido influenciados por um fenômeno conhecido como schadenfreude, caracterizado pela experimentação de satisfação em face do infortúnio alheio. A etimologia da palavra alemã deriva da composição de ‘schaden‘ (referindo-se a dano, sofrimento, perda) e ‘freude‘ (indicando alegria, contentamento), denotando, portanto, a experiência de prazer em face da desventura alheia. Mesmo os seres humanos mais inclinados ao altruísmo podem ter experimentado, em algum momento, a influência dessa emoção que gera prazer ao testemunhar o infortúnio alheio.
Outro problema social possivelmente derivado desse fenômeno é provocar ou induzir situações desagradáveis com o intuito de experimentar prazer. Embora muitos possam sentir prazer ocasionalmente na desgraça de outros sem serem agentes causadores diretos da mesma, há aqueles que deliberadamente buscam causar o infortúnio para usufruir do sofrimento alheio. O verdadeiro problema reside naqueles que adotam a causação de desgraças como um padrão para a obtenção de alegria, o que sugere uma desordem moral ou psicológica mais profunda. Na Bíblia, esses sujeitos são categorizados como depravados. Nós lemos em:
(Provérbios 16:27) O homem depravado cava o mal, e nos seus lábios há como que fogo ardente.
Cavar o mal, ou cavar falta, implica na intencionalidade de instigar a ocorrência de determinadas situações, direcionando esforços para induzir erros em outros ou colocá-los em cenários desagradáveis, com o objetivo de observar seu sofrimento. Certos sujeitos adotam essa prática com o propósito de promover a ocorrência de uma situação específica, permitindo-lhes, assim, atribuir a outrem a realização do ato que eles próprios tentaram instigar. Tal conduta é considerada repugnante e demonstra uma significativa carência de caráter e integridade moral.
O versículo refere-se a esses sujeitos como imprestáveis, ou depravados, e realmente tais indivíduos moralmente equivalente ao resíduo orgânico que produzem. Aqueles que deliberadamente instigam falhas geralmente concebem preconcepções, formando conceitos incorretos sobre outrem, identificando possíveis vulnerabilidades para promover o erro alheio. É possível que abriguem sentimentos de raiva reprimida, os quais motivam a indução deliberada de terceiros ao erro.
O versículo também alude à presença de um fervor ardente em suas expressões linguísticas, denotando que as palavras proferidas por tais indivíduos são injuriosas e prejudiciais, propensas a difamar e caluniar outros. A carência de empatia, a desconsideração pelos fatos objetivos e a falta de engajamento em práticas de aprimoramento espiritual e pessoal são fatores que levam um indivíduo a adotar tal conduta. Este comportamento pode também estar associado a pensamentos obsessivos e a gatilhos mentais, sendo recomendado o tratamento como abordagem ideal. Veja o que diz:
(Provérbios 3:29, 30) Não planeje o mal contra o seu próximo, que confiantemente mora perto de você. 30 Não acuse alguém sem motivo, se ele não lhe fez nenhum mal.
Em essência, esse texto incentiva a conduta ética e o respeito mútuo entre o próximo, evitando a hostilidade e o julgamento precipitado. Qual é o fundamento que nos leva a elaborar estratégias maliciosas contra um indivíduo que não nos causou qualquer agravo? Por vezes, somos suscetíveis a interpretações equivocadas de eventos, atribuindo ação a um agente mesmo quando não há evidência concreta de que algo tenha ocorrido, e daí entra a ignorância e a má interpretação. A adoção dessa conduta é dispensável, considerando que reflete uma deficiência no autocontrole e uma instabilidade mental. Aqueles que recorrem a tal comportamento frequentemente perpetuam a própria ira e desgosto, projetando-os sobre os outros e demonstrando falta de humildade para lidar com adversidades.
Boas pessoas preferem ficar em paz, por isso, isso pode ser interpretado como maldade do indivíduo, pois os maus não tem paz, por isso tentam tirar a paz dos outros e sentem prazer em causar a maldade para os outros, é como diz:
(Isaías 57:20, 21) “Mas os maus são como o mar agitado que não se acalma, E suas águas trazem à tona algas e lama. 21 Não há paz para os que são maus”, diz o meu Deus.
O versículo menciona que os maus são como um mar que nunca se acalma, estão sempre em movimento, ou seja estão sempre ressentidos ou irados com alguma coisa. E suas águas trazem à tona as algas e a lama, ou seja, sua ira perpétua os leva a tirar a paz dos outros, eles estão sempre em guerra, e uma guerra que muitas vezes não existe, que é fruto de uma mentalidade doente, então o indivíduo atinge o bem estar pessoal a custas do bem estar dos outros. Tem também um texto de Provérbios 10:23, que diz que é um prazer para o tolo praticar a maldade. Então esses indivíduos encontram prazer nisso.
Quando se encontra felicidade ao ver outra pessoa sofrendo, isso pode indicar um desequilíbrio na forma de pensar. A vida tem altos e baixos, basear a felicidade em algo mutável, pode causar instabilidade emocional. Todos procuram ser felizes e ter sucesso, mas se a sua felicidade depende do sofrimento dos outros, é provável que acabe na frustração e tristeza. O indivíduo que busca instigar outros muitas vezes carece da maturidade para enfrentar as consequências de suas ações. Um dos principais equívocos da humanidade é cometer erros e depois tentar evitar as consequências em vez de aceitá-las.
E convenhamos que certos problemas são gerados pela mente e não possuem uma realidade tangível externa. A sugestão de que esquecer esses problemas pode contribuir para uma maior sensação de felicidade é uma ideia comumente aceita. No entanto, é importante salientar que confiar exclusivamente em suposições e intuições pode ter consequências negativas, pois negligencia a necessidade de uma avaliação mais crítica e fundamentada.
O desafio associado à ruminação de pensamentos negativos reside na tendência humana de direcionar a atenção para aspectos desfavoráveis. Essa focalização pode predispor o indivíduo a buscar ativamente evidências desses elementos negativos, mesmo na ausência objetiva dos mesmos. Consequentemente, há uma propensão para interpretar as ações dos outros de maneira desfavorável, mesmo quando não há intenção negativa subjacente. Não é que o ato de pensar em determinadas coisas, por si só, cause a manifestação dessas coisas no mundo real. Eu não considero isso uma lei universal. No entanto, quando dedicamos uma quantidade significativa de tempo e energia mental a um assunto específico, é comum que nossa atenção seja direcionada para encontrar evidências desse assunto em nosso ambiente. Isso pode levar a um viés perceptual, onde tendemos a perceber apenas as informações que confirmam nossas expectativas prévias, ignorando o contexto mais amplo. O reconhecimento desse fenômeno constitui o primeiro passo em direção a uma percepção mais abrangente e imparcial da realidade. É crucial compreender que nosso viés cognitivo pode distorcer nossa percepção da verdade objetiva. Ao aceitar essa premissa, estamos mais propensos a reconhecer e corrigir nossos próprios viéses, permitindo-nos enxergar uma imagem mais completa e precisa do mundo ao nosso redor. A Bíblia diz:
(Provérbios 4:23) Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.
A palavra ב lêb, traduzida como coração, pode significar: ser interior, mente, vontade, coração, inteligência. Assim, as decisões e direcionamentos em nossas vidas são resultantes das interações complexas entre nossos pensamentos e emoções que ocorrem no nosso coração. Por isso é importante controlarmos o que pensamos.
Pode ocorrer ocasionalmente que a mente entre em um ciclo de busca por problemas, uma condição popularmente referida como “procurar sarna para se coçar”. Esta ocorrência levanta a questão: qual é a origem desse padrão de comportamento?
Por vezes, algumas situações ocorrem de forma intermitente, causando trauma ao indivíduo. Mesmo após o término dessas ocorrências, os sentimentos traumáticos associados podem ser reprimidos, resultando em um medo persistente de que tais situações se repitam. Além disso, podem surgir gatilhos mentais que reacendem as emoções experimentadas durante o evento traumático. Isso pode levar o indivíduo a buscar ativamente por circunstâncias semelhantes na tentativa de prever ou evitar a recorrência do trauma. O medo, como uma resposta emocional, tem o potencial de desencadear perturbações cognitivas, levando o indivíduo a conceber pensamentos distorcidos e irreais. Estes pensamentos, embora desprovidos de fundamentação objetiva, podem se tornar reais para o indivíduo. Do ponto de vista psicológico, é mais ou menos isso. Se, por acaso, emiti alguma informação equivocada, solicito que qualquer psicólogo ou psicanalista presente que corrija-me, por gentileza.
O dilema reside no processo cognitivo pelo qual um indivíduo antecipa eventos negativos fictícios, reagindo emocionalmente como se esses eventos tivessem ocorrido. Essa percepção distorcida pode levar a atribuições errôneas de culpa a terceiros, baseadas na crença infundada de que seus pensamentos são reais. Subsequentemente, o indivíduo pode buscar evidências para validar suas suposições, cavando falta, enquanto inadvertidamente se envolve em um ciclo de auto-engano.
No entanto, ao evitar a busca ativa por problemas desnecessários, é provável que experimente uma maior sensação de felicidade e mantenha a saúde mental em equilíbrio. Embora talvez seja desafiador, adquirir essa habilidade requer um nível significativo de autoconsciência e busca contínua pelo autoconhecimento. É um processo individualizado de exploração e aprimoramento pessoal, e não há uma fórmula totalmente objetiva para alcançá-lo.
A prática de cavar falta e maquinar malignamente acarreta não apenas danos ao indivíduo alvo desses sentimentos, mas também afeta outros indivíduos que não estão diretamente envolvidos no objeto do ódio. Por exemplo, dentro de um ambiente corporativo, prejudicar deliberadamente o desempenho de um colega de trabalho repercute negativamente não só sobre esse indivíduo, mas também sobre outros colegas e sobre a corporação como um todo. Da mesma forma, no cenário hipotético de planejar a morte de um indivíduo presente em um avião, com implantar de uma bomba, as consequências se estendem além do alvo inicial, resultando na perda de vidas inocentes. Portanto, a manifestação do ódio torna o indivíduo inconsequente e imaturo, conforme indicado na sabedoria contida nos Provérbios, que caracteriza a ira como uma manifestação de insensatez.
Assim como o Diabo em João 13:2 colocou na mente de Judas para trair Jesus, assim também pode colocar na mente de pessoas suscetíveis à ele para atacar sem que o indivíduo se aperceba disso, mas basta estar suscetível ao Diabo. A Bíblia também diz para não darmos margem para o Diabo, então ele pode nos influenciar a fazer o mal.
Porque o mal tende a prevalecer?
Talvez soe estranho, mas é um fenômeno comum: as pessoas, nós frequentemente sentimos atração por aspectos negativos. Existe uma tácita complexidade que passa despercebida. Cientificamente, lembrar-se de uma experiência traumática é crucial para nossa sobrevivência, sendo priorizada em relação à memória de eventos agradáveis. Portanto, a capacidade de lembrar ou focar em aspectos negativos desempenha um papel crucial em nossa sobrevivência. É natural e muitas vezes desafiador evitar concentrar-se nessas informações, pois, por exemplo, ao dirigir um veículo, há uma preocupação em evitar colidir com o veículo da frente, uma situação negativa que priorizamos para nossa segurança e a dos outros. Da mesma forma, ao caminhar, procuramos evitar obstáculos ou colisões com outras pessoas, outra situação negativa que priorizamos para nosso bem-estar e o dos outros.
Se considerarmos as notícias em destaque, frequentemente encontramos relatos de eventos adversos: “ah roubou, ah matou, ah estuprou, ah bateu, preço vai subir, motorista perde o controle e cai da ponte”. As notícias mais destacadas geralmente são as de natureza negativa, pois é isso que atrai a atenção da sociedade. Claro que não é negativo estar ciente disso, muitas dessas informações são relevantes para a nossa segurança. No entanto, é interessante notar que, apesar de desejar coisas positivas, a sociedade muitas vezes mostra um interesse inconsciente por assuntos negativos. Desde notícias até fofocas do cotidiano, é comum que essas conversas envolvam eventos negativos ou ações prejudiciais praticadas por alguém e sem perceber, acabamos promovendo tais acontecimentos ao discuti-los.
Portanto, é comum que a sociedade sinta-se compelida a discutir eventos negativos, embora ironicamente não deseje experienciar as mesmas situações pelas quais se sentem atraídas em discutir ou testemunhar outros enfrentando, indicando que a mente humana não está intrinsecamente alinhada ao que é empiricamente saudável. Além disso, o sistema contribui e se aproveita disso. Leiamos:
(Eclesiastes 9:3) Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: a todos sucede o mesmo; também o coração dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios enquanto vivem; depois, rumo aos mortos.
Então a condição da psique humana demonstra uma propensão para comportamentos moralmente reprováveis, indicando a presença de uma inclinação para a maldade e para o pecado. Então, podemos compreender que as notícias desfavoráveis e os jogos de natureza violenta são populares devido à tendência predominante da psique humana em direção ao negativismo. Essa propensão é uma característica universal, presente em todos e eu não estou me excluindo quando falo disso. Para adquirirmos uma compreensão, realizei uma pesquisa em meu canal como um teste, e observei que alguns espectadores o assistem mesmo não apreciando o conteúdo. Surge então a indagação: qual é a motivação por trás do hábito de assistir algo que não gosta? Acredito que isso corrobora o ponto que estou apresentando aqui.
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