OLÁ BEREANOS, neste post, exploraremos o comportamento característico de um cristão genuíno. Compreendemos que, fundamentalmente, um cristão genuíno emula as ações de Cristo conforme documentado nos evangelhos. No entanto, existem traços distintivos adicionais que marcam a autenticidade de um cristão verdadeiro, os quais frequentemente não recebem a devida atenção.
O primeiro ponto é: Seriam reconhecidos amar uns aos outros. Nós podemos ler isso em:
(João 13:35) Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos.
Os cristãos autênticos são amorosos em todas as circunstâncias, sejam elas triviais ou significativas. Esses cristãos incorporam plenamente os princípios de bondade, e, quando necessário, podem até sacrificar suas próprias vidas em prol de seus irmãos. E quando falo de ser amoroso, eu não estou falando de mostrar amor, mas ser amoroso de fato.
O segundo ponto é: Sabe usar bem a Bíblia, e basearia seu ensino na Palavra de Deus como Jesus fazia. Embora Jesus tenha abolido determinados ensinamentos do antigo pacto, Ele possuía um profundo conhecimento das Escrituras e as utilizava de maneira estratégica para seus propósitos. Nós podemos ler algumas passagens que prova que Jesus conhecia as escrituras em:
(Mateus 4:4) Jesus respondeu: ― Está escrito: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”.
Quando foi tentado pelo Diabo a transformar pedras em pães, Jesus respondeu com as palavras “Está escrito”, fazendo referência aos escritos sagrados antigos. Especificamente, Ele citou Deuteronômio 8:3. Em outro texto ele diz:
(Mateus 4:7) 7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.
Que é uma referência à:
(Deuteronômio 6:16) Não ponham à prova o Jeová, o seu Deus, como fizeram em Massá.
Lemos:
(Mateus 4:10) 10 Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.
Que é uma referência à:
(Deuteronômio 6:13) 13 O Senhor teu Deus temerás e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás.
Lemos:
(Mateus 21:13) 13 E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.
Que possivelmente é uma referência à:
(Isaías 56:7) 7 Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.
Além disso, os autores do Novo Testamento fazem referências ao Velho, indicando assim ter conhecimento de tais escritos sagrados, então ter conhecimento bíblico é importante assim como Cristo tinha.
O terceiro ponto é: Adora a Deus com espírito e verdade. Nós podemos ler isso em:
(João 4:24) Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.
Adorar em espírito e em verdade implica adorar a Deus com total sinceridade e de todo coração, auxiliado pelo Espírito Santo e a verdade. O cristão autêntico adora a Deus com genuína sinceridade, motivado pela convicção de que é o correto, e não por medo de punição. Suas ações são impulsionadas pelo amor, e não por mera obrigação.
Aqueles que adoram a Deus com sinceridade buscam a verdade com relação aos assuntos de adoração, adotando uma abordagem holística em vez de basearem-se em suposições ou achismos. O cristão não se limita a buscar a verdade apenas durante os atos de adoração, mas em todas as esferas da vida, podendo assim adorar à Deus com espírito e verdade.
O quarto ponto é: É odiado e perseguido. Eu posso dizer que isso é garantido. Nós podemos ler isso em:
(Mateus 10:22) Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.
Nós cristãos que procuramos a verdade, que pregamos o evangelho e seguimos o caminho genuíno de Cristo seremos odiados por isso. O versículo menciona “Sereis odiados de todos”, ou seja não seria odiamos por alguns, mas pela maioria. Esta dinâmica é observável na prática.
(João 15:18-21) Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou.
A vida do cristão implica em promover ideais contrários aos valores prevalentes no mundo. Esta divergência pode resultar em hostilidade por parte do ambiente circundante. Aqueles que adotam a fé cristã são considerados como tendo sido selecionados para um propósito distinto, vivendo dentro da sociedade, mas alinhados com padrões éticos e morais que muitas vezes se opõem à ao da sociedade. Pregar verdades onde a falsidade reina equivale a confrontar as crenças predominantes das pessoas. Portanto, é esperado que todo indivíduo que segue os preceitos cristãos enfrente algum nível de perseguição. A hostilidade dirigida aos cristãos, seja em proporções mínimas ou significativas, já é uma realidade presente e tende a se intensificar no futuro.
A ausência de tal perseguição pode indicar que o indivíduo não expôs suficientemente sua perspectiva cristã para gerar aversão, ou que sua conduta e crenças não estão genuinamente alinhadas com os ensinamentos de Cristo. Alternativamente, pode ser que o ambiente circundante careça de indivíduos suficientes dispostos a expressar hostilidade. Todos os cristãos vão enfrentar perseguições em diferentes contextos e em níveis diferentes, incluindo na família, na escola, na faculdade, no trabalho, talvez até mesmo no grupo religioso que está inserido e na sociedade em geral. Aqueles que ainda não enfrentaram tais perseguições provavelmente vão passar se estiverem genuinamente alinhados com os ensinamentos autênticos do cristianismo, conforme ensinado por Cristo nos evangelhos.
O quinto ponto é: O pecado incomoda. Por vezes até possamos reconhecer a nossa própria condição pecaminosa, porém, a magnitude do pecado não o incomoda, chegando alguns a minimizá-la com expressões como “Ah, é apenas um pequeno pecado, Deus perdoa!”. Tal raciocínio pressupõe que, por ser algo pequeno, tal pecado seja tolerável. No entanto, essa perspectiva é equivocada, assemelhando-se a comer um pequeno pedaço do fruto proibido, então “um pedacinho pode”. Jesus no evangelho de Lucas disse que quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Então se começarmos a pecar no pouco, muito provavelmente começaremos a pecar no muito, na verdade a própria transgressão embora seja pequena, ainda assim possui a natureza intrínseca de desvio moral.
Tanto a Bíblia quanto os apóstolos não atribuem categorias de gravidade aos pecados, considerando-os todos igualmente pecaminosos. Somente na epístola aos coríntios, Paulo aborda a necessidade de excomungar da igreja aqueles que persistem na prática contínua de certos pecados. Portanto, existem pecados que podem resultar em exclusão. Embora alguns classifiquem os pecados como leves ou graves, prefiro adotar uma categorização em consonância com as implicações bíblicas.
A perturbação causada pelo pecado deve ser uma característica intrínseca do genuíno cristão; a ausência de tal incômodo pode indicar uma complacência perigosa na adoração à Deus. Jesus disse que não há desculpa quando sabemos sobre o pecado e mesmo assim o praticamos, nós lemos isso em:
(João 15:22) Se eu não tivesse vindo e falado com eles, não seriam culpados de pecado. Mas agora eles não têm desculpa para o seu pecado.
Ou seja, ter ciência do pecado, e praticá-lo mesmo assim, nos torna transgressores perante Deus.
O apóstolo Paulo é um exemplo de alguém profundamente afetado pelo pecado, buscando incessantemente a purificação diante de Deus. Seu exemplo é inspirador e educativo para nós. Nós lemos:
(Romanos 7:24, 25) Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado.
Neste contexto, observamos o anseio do apóstolo Paulo em ser puro perante Deus, embora reconhecesse sua incapacidade de fazê-lo plenamente, manifestando profundo desconforto consigo mesmo através de expressões como “miserável homem que eu sou”. Esta afirmação ressalta a importância do incomodo diante do pecado. A ausência de tal inquietação pode sugerir uma inclinação deliberada ao pecado, acarretando potencial perda da salvação, conforme expresso em:
(Hebreus 10:27) Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,
Portanto, ao pecarmos de maneira intencional, perdemos a eficácia do sacrifício do sangue de Jesus para expiação de nossos transgressões. É crucial exercer cautela, pois o pecado, seja ele considerado leve ou grave, passível de excomunhão ou não, mantém sua natureza intrínseca de desvio moral. Embora todos nós incorramos em pecado e continuemos a fazê-lo, é fundamental que tais transgressões não sejam fruto de intenção deliberada, porque se o pecado não nos incomodar tem alguma coisa errada com a nossa espiritualidade.
O sexto ponto é: O cristão genuíno é aquele que não agrada a todos. Afinal já vimos que os cristãos seriam odiados e perseguidos, essa é só mais uma extensão dessa consequência de ser cristão. Nós podemos ler essa afirmação de Jesus em:
(Lucas 6:26) “Ai de vocês, sempre que todos os homens falarem bem de vocês, pois é isso que os antepassados deles fizeram aos falsos profetas.
Por isso eu digo que a prevalência de oposição pode servir como um indicador substancial de conformidade com a conduta moral adequada derivada de seguir a Cristo. Por outro lado, a unanimidade de elogios pode sugerir uma que há algo errado na conduta do cristão.
Apesar da impressão subjacente de ausência da presença divina, tal fenômeno pode, paradoxalmente, ser interpretado como um indicador da iminente manifestação do apoio divino. Esta coincidência reflete diretamente os preceitos consignados na literatura sagrada. Portanto, a resposta apropriada consiste em demonstrar resiliência e persistência diante dessa adversidade.
É comum que apenas alguns indivíduos venham a fornecer apoio ou concordância com as convicções dos cristãos, enquanto outros discordam ou se opõem. Embora possa talvez pareça excêntrico, ou que Deus não está do lado do cristão, esta situação pode ser interpretada como um sinal de que Deus está de fato ao lado do cristão, pois reflete o que Jesus disse que aconteceria por segui-lo.
Aqueles que expressam críticas geralmente carecem de discernimento espiritual, conforme expresso na seguinte passagem:
(1 Coríntios 2:14, 15) 14 Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 15 Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém.
No contexto desta epístola dirigida aos coríntios, Paulo estabelece um contraste entre a sapiência humana e a sapiência divina. Ele ressalta que a verdadeira sabedoria e compreensão emanam do Espírito Santo, ao invés de serem derivadas da intelectualidade ou da erudição mundanas.
Quando menciona-se “Quem não tem o Espírito”, faz-se referência às pessoas que não possuem a habitação do Espírito Santo em si mesmas, ou que carecem de espiritualidade, resultando na recusa de aceitação, devido à perceberem certas condutas como loucura ou tolice. As verdades divinas só podem ser compreendidas e valorizadas mediante a assistência do Espírito Santo. Sem essa orientação, tais verdades permanecem obscurecidas, parecendo absurdas à mente natural.
Quando se faz referência a “quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo não é julgado por ninguém”, alude-se a um indivíduo que está revestido do Espírito Santo e mantém uma harmonia com Ele. Tal indivíduo possui a habilidade de compreender e avaliar de forma precisa as questões espirituais, e não é devidamente compreendida ou avaliada por aqueles que não possuem o Espírito santo. Os não-espirituais não conseguem alcançar uma compreensão completa das motivações e perspectivas daqueles que vivem segundo o Espírito, por isso vão criticar, e perseguir, odiar, etc. Então a os cristãos genuínos não serão sempre elogiados mas mal criticados, às vezes pode significar todo mundo, às vezes alguns, mas sempre haverá se estiver alinhado genuinamente com o que Cristo ensinou.
Estes foram alguns pontos que identifico como sendo subestimados, porém, de significativa relevância para todos aqueles que professam a fé cristã. Há alguma outro ponto importante que deixei de mencionar? Convido-os a compartilhar suas reflexões nos comentários.
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